1. Uma visão sobre Ribas
Percorrendo os caminhos íngremes da nossa terra, emoldurados pelas paisagens verdejantes, pelo riacho, tão necessário à nossa gente e ao seu trabalho, ouve-se o repicar do sino; e pela hora apercebe-se que já se caminha há algum tempo…Como os passeios nesta terra, a que chamamos vale encantado, têm outro sabor! Não sabemos se é bairrismo ou a confirmação que esta terra é diferente!
Diferente nas suas características geomorfológicas, a quem devemos o topónimo “Ribas”; pois as arribas ajudaram a nomear a terra que fica na encosta e prolonga-se pelo vale. Há muito tempo a nossa terra já era assim conhecida, a confirmação surge-nos através das primeiras Inquirições Gerais de 1220 (século XIII), conhecidas pelas “Inquirições Afonsinas”.
Neste momento localizamo-nos (ou será a minha imaginação?) no alto do monte do Ladário e ficamos fascinados com o domínio visual que alcançamos; temos uma vista privilegiada para vários pontos do concelho e para territórios do concelho vizinho… Pela sensação de paz que temos no cimo deste monte e pela respiração “fresca e pura”, o cansaço do passeio é esquecido!
Contemplamos a paisagem circundante… E, não admira que na pré-história, em que a questão defensiva era a condição essencial para a escolha dos povoados, tenha existido neste mesmo lugar a agitação habitual à de um grande aglomerado de gente. As pedras colocadas umas sobre as outras, percorrendo o monte, numa estrutura quase que circular testemunham a existência de uma citânia, em tempos remotos.
O chilrear dos pássaros acompanha-nos neste percurso e o “bom dia” das nossas gentes enche-nos de orgulho por pertencer a esta terra. Uma terra de gente que sabe receber “os da casa” e aqueles que por aqui passam... No lugar das Torres, sobre o riacho, temos mais uma marca histórica do interesse da nossa terra; que os romanos quiseram romanizar. Assim, a ponte romana testemunha a passagem de um povo guerreiro por Ribas, povo que dominou territórios em três continentes.
Já no “coração” da nossa aldeia encontramos, neste passeio, um dos mais belos templos religiosos do concelho: a Igreja Paroquial do Divino Salvador de Ribas; detentora de vários estilos arquitectónicos. O românico começa a sua apresentação no portal, os frescos, encontrados recentemente, por detrás do altar-mor reforçam a antiguidade e a importância do templo; e a talha dourada ostenta a riqueza e o bom gosto artístico de quem por aqui passou. Por tradição oral acredita-se que neste local houve um mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.
Observamos, em frente à Igreja, o busto de um dos Padres que ficou na memória e no coração dos ribenses, o Padre José de Magalhães Alves Costa. A sua passagem, duradoura, pela nossa freguesia deixou marcas afectivas entre os habitantes, que souberam passar este orgulho no conterrâneo às gerações seguintes. E hoje, aqui diante, do busto da sua homenagem recordamos aquele que saiu do “vale encantado” e foi Director do Jornal Diário do Minho.
Em torno da Igreja cresceu outra grande obra, que os nossos olhos se orgulham de contemplar e ver a evolução nos registos fotográficos do “antes” e do “depois”, referimo-nos ao Centro Social e Paroquial de Ribas.
Ribas, terra de gente religiosa, humilde e trabalhadora que se dedicou/dedica ao trabalho agrícola combinado com a pecuária. Uma terra onde o dito “feudalismo medieval” permaneceu até há bem pouco tempo, mas a força e a coragem dos nossos pais, em lutar por uma vida melhor, fez com que conseguissem adquirir casa própria, propriedades e investir na educação dos filhos. Mas, não há nesta terra quem não conheça as alegrias do trabalho do campo; nem quem não saiba o que é a camaradagem das vindimas, das lavouras, das desfolhadas!!
Não hesite...e visite a Freguesia de Ribas!!
Percorrendo os caminhos íngremes da nossa terra, emoldurados pelas paisagens verdejantes, pelo riacho, tão necessário à nossa gente e ao seu trabalho, ouve-se o repicar do sino; e pela hora apercebe-se que já se caminha há algum tempo…Como os passeios nesta terra, a que chamamos vale encantado, têm outro sabor! Não sabemos se é bairrismo ou a confirmação que esta terra é diferente!
Diferente nas suas características geomorfológicas, a quem devemos o topónimo “Ribas”; pois as arribas ajudaram a nomear a terra que fica na encosta e prolonga-se pelo vale. Há muito tempo a nossa terra já era assim conhecida, a confirmação surge-nos através das primeiras Inquirições Gerais de 1220 (século XIII), conhecidas pelas “Inquirições Afonsinas”.
Neste momento localizamo-nos (ou será a minha imaginação?) no alto do monte do Ladário e ficamos fascinados com o domínio visual que alcançamos; temos uma vista privilegiada para vários pontos do concelho e para territórios do concelho vizinho… Pela sensação de paz que temos no cimo deste monte e pela respiração “fresca e pura”, o cansaço do passeio é esquecido!
Contemplamos a paisagem circundante… E, não admira que na pré-história, em que a questão defensiva era a condição essencial para a escolha dos povoados, tenha existido neste mesmo lugar a agitação habitual à de um grande aglomerado de gente. As pedras colocadas umas sobre as outras, percorrendo o monte, numa estrutura quase que circular testemunham a existência de uma citânia, em tempos remotos.
O chilrear dos pássaros acompanha-nos neste percurso e o “bom dia” das nossas gentes enche-nos de orgulho por pertencer a esta terra. Uma terra de gente que sabe receber “os da casa” e aqueles que por aqui passam... No lugar das Torres, sobre o riacho, temos mais uma marca histórica do interesse da nossa terra; que os romanos quiseram romanizar. Assim, a ponte romana testemunha a passagem de um povo guerreiro por Ribas, povo que dominou territórios em três continentes.
Já no “coração” da nossa aldeia encontramos, neste passeio, um dos mais belos templos religiosos do concelho: a Igreja Paroquial do Divino Salvador de Ribas; detentora de vários estilos arquitectónicos. O românico começa a sua apresentação no portal, os frescos, encontrados recentemente, por detrás do altar-mor reforçam a antiguidade e a importância do templo; e a talha dourada ostenta a riqueza e o bom gosto artístico de quem por aqui passou. Por tradição oral acredita-se que neste local houve um mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.
Observamos, em frente à Igreja, o busto de um dos Padres que ficou na memória e no coração dos ribenses, o Padre José de Magalhães Alves Costa. A sua passagem, duradoura, pela nossa freguesia deixou marcas afectivas entre os habitantes, que souberam passar este orgulho no conterrâneo às gerações seguintes. E hoje, aqui diante, do busto da sua homenagem recordamos aquele que saiu do “vale encantado” e foi Director do Jornal Diário do Minho.
Em torno da Igreja cresceu outra grande obra, que os nossos olhos se orgulham de contemplar e ver a evolução nos registos fotográficos do “antes” e do “depois”, referimo-nos ao Centro Social e Paroquial de Ribas.
Ribas, terra de gente religiosa, humilde e trabalhadora que se dedicou/dedica ao trabalho agrícola combinado com a pecuária. Uma terra onde o dito “feudalismo medieval” permaneceu até há bem pouco tempo, mas a força e a coragem dos nossos pais, em lutar por uma vida melhor, fez com que conseguissem adquirir casa própria, propriedades e investir na educação dos filhos. Mas, não há nesta terra quem não conheça as alegrias do trabalho do campo; nem quem não saiba o que é a camaradagem das vindimas, das lavouras, das desfolhadas!!
Não hesite...e visite a Freguesia de Ribas!!
2. História
O topónimo Ribas deriva do terreno acidentado, em declive, onde se insere a freguesia. A própria Igreja do Salvador é sinónimo desta espacialidade, estando edificada numa meia-encosta sobranceira ao rio de Veade, afluente do Tâmega.
Segundo a tradição, as origens deste espaço remontam ao século XII quando aqui se fundou um pequeno mosteiro pelas mãos dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Embora as Inquirições de 1220 e 1258 não façam referência à existência deste mosteiro, a verdade é que a tradição e certas crónicas associaram à fundação da Igreja de Ribas certas lendas: teria cabido a D. João Peculiar, arcebispo de Braga, a fundação e protecção do mosteiro no seguimento de visita realizada à região e após saber dos muitos milagres que fazia uma imagem do Salvador do Mundo que se encontrava neste local, num ermitério.
Posteriormente terá mandado vir de Coimbra, para ocupar o lugar de prior do mosteiro, o religioso D. Mendo, cujo corpo providenciaria milagres, muito depois do seu falecimento, em 1170.
Segundo a lenda, em meados do século XVI a sepultura de D. Mendo terá sido aberta e constatou-se que a parte inferior dos pés e das pernas estavam intactos, calçando ainda os sapatos. Para os cónegos de Santo Agostinho este era o sinal que o dito religioso tinha apenas caminhado ao serviço de Deus, sendo a razão para que os pés estivessem incorruptíveis.
Independentemente das lendas e das incertezas acerca da fundação do mosteiro, sabemos que os seus rendimentos eram apetecíveis, de tal forma que em 1320 contribuiu com a soma de 350 libras para auxílio das Cruzadas.
Por este século fazia parte integrante do património da Ordem de Cristo, onde permanecerá até sensivelmente ao século XVI, quando passa para gestão de abades comendatários. Contudo, várias tentativas foram efectuadas no sentido de voltar novamente para a Ordem fundadora, mas sem efeito. O Cardeal-infante D. Henrique sempre se mostrou contrário a esta pretensão. No século seguinte, em 1617, as rendas da comenda de Ribas orçavam em 215 mil réis.
A entrada na centúria de setecentos marca o declínio do mosteiro. Em 1727, este já se encontrava arruinado sendo, por esses tempos, seu comendador D. Diogo de Sá Correia e Benevides, terceiro visconde de Asseca. Passados 21 anos, o relator da memória paroquial da freguesia já não refere o mosteiro.
Por sua vez, a construção da Igreja de Ribas terá sido terminada por volta de 1269 como atesta inscrição em silhar reaproveitado na torre sineira da Igreja. Esta data marca o fim dos trabalhos, porque a primeira referência à sua existência é de 1240 quando se alude a ela como ecclesiam de Ripis.
Perante esta data e tendo em atenção a forma de construir igrejas na época românica, em que, por regra, a construção se iniciava a partir da cabeceira e que, estando esta sagrada, se poderia nela celebrar os ofícios religiosos enquanto continuavam os trabalhos no resto do templo, poderíamos sugerir que no ano de 1240 a cabeceira de Ribas estaria edificada para que fosse considerada já Casa de Deus.
Fonte: Rota do Românico
www.rotadoromanico.com
3. Localização e Enquadramento Localizada no Norte de Portugal, Ribas é uma das 22 freguesias (antes da reorganização administrativa) que compõem o município de Celorico de Basto. Trata-se de um território marcadamente rural, confrontando territorialmente com as freguesias de Basto (São Clemente), Rego e Vale de Bouro. Trata-se de um Território que beneficia da proximidade com a Vila de Gandarela de Basto, na qual se encontram os principais equipamentos colectivos: Escolas, Posto de Saudade, Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa, entre outros. |
4. Povoamento/Fixação Humana
O relevo irregular e acidentado contribuiu para a existência de diferenças significativas no território Ribense, nomeadamente, no que às acessibilidades e ao povoamento diz respeito. A fixação humana na freguesia de Ribas foi claramente influenciada pelas características geográficas, havendo uma maior concentração populacional junto das principais vias de comunicação (N304, N206 e M616) e dos principais lugares, como por exemplo, Lordelo, Lamelas, Cerdeira, Torre, ou ainda, junto à Vila de Gandarela de Basto, que corresponde territorialmente as freguesias de Basto (São Clemente) e Ribas.
O relevo irregular e acidentado contribuiu para a existência de diferenças significativas no território Ribense, nomeadamente, no que às acessibilidades e ao povoamento diz respeito. A fixação humana na freguesia de Ribas foi claramente influenciada pelas características geográficas, havendo uma maior concentração populacional junto das principais vias de comunicação (N304, N206 e M616) e dos principais lugares, como por exemplo, Lordelo, Lamelas, Cerdeira, Torre, ou ainda, junto à Vila de Gandarela de Basto, que corresponde territorialmente as freguesias de Basto (São Clemente) e Ribas.
A concentração da população em pequenos núcleos poderá ser entendida segundo uma outra lógica, ou seja, tendo por base a localização das seis capelas existentes na freguesia que, coincidência ou não, estão inseridas nos núcleos populacionais mais densos. No geral estamos perante um povoamento disperso, composto por pequenos núcleos urbanos/populacionais, envoltos por campos/explorações agrícolas.